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Vinho à Prova de Enxaqueca? (Parte 2)

Atualizado em 22/06/2016 Por Dr. Alexandre Feldman

Taça de VinhoEscrevi, anteriormente, sobre a possibilidade do efeito desencadeante de crises de enxaqueca por parte dos vinhos ser devido, em grande parte, à presença de conservantes chamados sulfitos (leia o artigo anterior antes de prosseguir a leitura deste artigo).

Qual foi a minha surpresa quando fiquei sabendo que o restaurante do Hotel Emiliano, em São Paulo, tem o cuidado de oferecer a seus clientes uma seleção de vinhos sem sulfitos!

São vinhos artesanais, de excelente qualidade, certamente muito diferentes daqueles com os quais deparamos nas prateleiras de praticamente 100% das distribuidoras, supermercados e lojas de vinhos. Já conversei com grandes enófilos (entendidos na área de vinhos), que me haviam garantido não existir vinhos sem sulfitos, hoje em dia. Pois graças ao restaurante do Hotel Emiliano, fiquei sabendo que isso não é verdade.

O restaurante do Hotel Emiliano (vale à pena clicar aqui para ver belas fotos deste requintado hotel paulistano – apenas abaixe o volume, pois o site tem música) toma outros cuidados com a gastronomia aliada à saúde, como por exemplo, a utilização de sal não-refinado (riquíssimo em minerais importantes para o bom funcionamento do nosso organismo) na confecção de seus pratos, por sinal deliciosos. Leia este artigo para saber mais.

Entrevistei, no dia 26 de março de 2007, o Gerente de Alimentos e Bebidas do renomado hotel, Marcos Mikulis, sobre os vinhos sem sulfitos do cardápio. Eis, abaixo, nossa conversa:

Existe uma certificação de que esses vinhos não têm sulfitos? Isso consta no rótulo?

O uso de conservantes foi introduzido nos anos 50 e agora estão retomando a maneira antiga de produção suprimindo o uso de conservantes, isto se deve a tendencia mundial de qualidade de alimentos e redução do consumo de conservantes quimicos. Alguns produtores anotam que o vinho não contem sulfito mas como a maioria é de produtores pequenos e artesanais o consumidor deve pesquisar bem se é ou não um vinho natural.

Esses vinhos não possuem nenhum outro tipo de conservante?

Somente os conservantes naturais que são produto da própria fermentação.

Na ausência de conservantes, como é afetada a longevidade desses vinhos?

O vinho sem conservante deve ser acondicionado em temperatura mais baixa que o normal (18 graus) sugerimos em torno de 10 graus, assim ele mantem a mesma longevidade dos vinhos normais, veja que na verdade os vinhos eram feitos dessa maneira até o começo dos anos 50. a mítica safra de 47 em Bordeaux é composta de vinhos naturais.

Há algum prejuízo no bouquet ou em outras características organolépticas dos vinhos sem conservantes?

Não. O bouquet mantém-se maravilhoso. O que ajuda muito, suprimindo o conservante, é a ressaca que é complicada pelo sulfito. Num vinho natural o efeito é bem menor.

É necessário algum cuidado especial no transporte e armazenamento desses vinhos?

No transporte e armazenamento, todo vinho deve ser tratado com cuidado e, principalmente, a temperatura deve ser mantida, pois a exposição ao calor intenso pode prejudicar os vinhos, especialmente os que não possuem conservantes.

Poderia citar os nomes dos vinhos sem conservantes que o Hotel Emiliano dispõe?

pacalet.jpgDois produtores se destacam como excelentes opções. São eles: Philippe Pacalet e Mdm. Leroy.

Alguns deles são:

Morgon – M. Lapierre, 2004 – R$ 154,00 a garrafa

Mersault Pommard – Leroy, 2000 – R$ 480,00 a garrafa

Aloxe Corton – Leroy, 1999 – R$ 538,00 a garrafa

rotulo_vinho3.jpg

Gevrey-Chambertin – P. Pacalet, 2004 – R$ 465,00 a garrafa

Ruchottes-Chambertin – P. Pacalet, 2004 – R$ 1.375,00 a garrafa

Gevrey-Chambertin Coeur de Roy – D. Dugat-Py, 2002 – R$ 875,00 a garrafa

Além destes, ainda temos diversas opções de Italianos: como o Chianti Classico Lamole di Lamole, 2001

(Fim da entrevista)

Antes que o leitor pule de susto com os preços, por favor lembre-se que vinhos artesanais, como estes, sem a adição de conservantes, requerem qualidade e esmero em todas as suas fases de produção, armazenamento, importação, etc, infinitamente mais rigorosos que seus congêneres com conservantes. Na minha opinião, o preço a ser pago pela ausência de conservantes é sempre mais barato que o de remédios e saúde perdida pelo consumo de conservantes. Pessoalmente, sou muito mais a favor de deixar de consumir dez garrafas de vinho com conservantes a R$ 15,40, e degustar uma única garrafa de vinho sem conservantes a R$ 154,00. No fundo, tudo isso vai de encontro às minhas recomendações: deixar de banalizar o consumo de produtos que podem fazer mal e, ao invés disso, fazer de uma degustação de vinho um momento muito especial, um verdadeiro e raro ritual.

Não existem estudos publicados demnostrando que uma dose de vinho sem conservantes possui menos chance de desencadear uma crise de enxaqueca, comparada a uma dose de vinho com conservantes. Porém, já é fato consagrado na literatura médica que os sulfitos podem desencadear crises de enxaqueca, alergias e uma série de outros males.

Na minha opinião, se você sofre de enxaqueca, deve antes de tudo fazer um tratamento que inclua mudanças de hábito e estilo de vida, conforme explico detalhadamente no meu livro Enxaqueca Finalmente Uma Saída. Lembre-se, antes de mais nada, que para sair da minha dieta e embarcar numa taça de vinho, você precisa, primeiro, estar bem. O objetivo final é exatamente este: capacitá-lo a apreciar as boas coisas da vida, com moderação. Lembre-se também que, se você toma, sistematicamente, remédios como analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes e outros, comuns no tratamento farmacológico da enxaqueca, todas as bebidas alcoólicas (até mesmo os vinhos sem conservantes mencionados aqui) estão contraindicadas. Quando melhorar e se livrar dos remédios, pode – então sim! – comemorar com uma boa taça de vinho sem conservantes. Saúde!

Atenção: Leia este aviso

Tópico: Alimentação

Sobre o Autor - Dr. Alexandre Feldman

Médico clínico-geral (CRM-SP 59046), autor de vários livros sobre enxaqueca, criador e responsável pelo site Enxaqueca.com.br (onde você se encontra neste momento), palestrante, criador do termo "Medicina do Estilo de Vida", para designar a vertente da medicina que prioriza mudanças de hábito e estilo de vida para a prevenção e recuperação de doenças. Tem consultório em São Paulo, cidade onde mora com sua esposa, a culinarista Pat Feldman e dois filhos.

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