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Hipotireoidismo – Seu Problema Pode Ser Este

Atualizado em 12/03/2021 Por Dr. Alexandre Feldman

Hipotireoidismo e Enxaqueca

Hipotireoidismo

Hipotireoidismo?

Sintomas: Sintomas de hipotireoidismo não são incomuns em pessoas que sofrem de enxaqueca. Falta de energia, cansaço constante, sono ruim, ganho (ou em alguns casos perda) de peso, diminuição do interesse por sexo, dores de cabeça, crises de enxaqueca, sensação de frio a toda hora, sonolência, diminuição do raciocínio, perda de memória, queda excessiva de cabelos, unhas quebradiças, pele seca… Estes são alguns dos sintomas que ocorrem quando há uma baixa nos hormônios da tireoide, doença conhecida como hipotireoidismo. 

Acontece que algumas pessoas apresentam vários sintomas muito sugestivos de hipotireoidismo – e em meio a eles surgimento ou aumento das dores de cabeça e enxaqueca – mas os exames para detectar hipotireoidismo teimam em resultar normais.

O Dilema dos Exames Normais

As dosagens de alguns hormônios da tireoide no sangue são pedidas rotineiramente pelos médicos. O problema é que estes exames podem ser muito precários para detectar, com precisão, a doença em seus graus menos intensos. Um dos motivos é que os limites dos valores considerados normais pelo laboratório possuem uma variação muito grande. Podem não levar em conta a individualidade bioquímica de cada um de nós. Também podem não levar em conta a capacidade individual de lidar com situações de stress físico, químico e psicológico. Em outras palavras, uma pessoa pode ter sintomas de hipotireoidismo, e ainda assim os exames de sangue que medem as taxas de hormônios da tireoide podem se mostrar dentro da faixa da normalidade.

Alguns médicos mais experientes, face a esse problema, interpretam estes exames de maneira mais pessoal. Como? Diminuindo, por conta própria (e experiência própria), a diferença entre os limites mínimo e máximo. Por exemplo: apesar do valor normal do T4, para muitos laboratórios de análises clínicas, ser entre 4 e 12 mcg/dL, alguns médicos estreitam, por conta própria, esta faixa, para valores entre 7 e 9. Eles fazem isso porque já viram muitas pessoas com taxas de 5, 6 e até 6,5 (consideradas normais), apresentando graus intermediários de fadiga, depressão, dificuldade em perder peso, raciocínio lento, dor de cabeça, elevação anormal do colesterol e triglicérides, enfim, sintomas de possível hipotireoidismo. Estes médicos, aliás, são do tipo que tratam o paciente, e não o exame!

O Dilema do TSH normal

Eixo hipófise-tireoide

Eixo hipófise-tireoide

Outro exemplo é o TSH. Trata-se do Hormônio Estimulante da Tireoide, fabricado pelas células da região anterior da glândula hipófise. A produção desse hormônio é ativada sempre que estas células percebem uma diminuição do T3 e/ou T4 na circulação sanguínea. Assim, um resultado de TSH acima dos limites estabelecidos pelo exame, que costumam girar em torno de 0,4 a 5 miliunidades internacionais por litro, significaria que há muito pouco T3 e/ou T4 sendo detectado por aquelas células da hipófise, portanto hipotireoidismo, resultando numa produção maior (aumento) do hormônio que estimula a tireóide. Pelo mesmo raciocínio, a maioria daqueles médicos se satisfaz quando o valor do TSH se encontra nos limites mais baixos da faixa normal (por exemplo, abaixo de 2).

Muito além do TSH

Porém, dentro desse raciocínio, poucos levam em consideração a possibilidade de mau funcionamento das próprias células da região anterior da glândula hipófise! Nesses casos, outros hormônios produzidos pela mesma região também poderiam estar alterados. Exemplos são o hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH). Uma vez que estes dois hormônios estimulam a produção de hormônios sexuais, essa disfunção afetaria, também, a produção de progesterona, estrogênio e testosterona. Isso significa que é fundamental olhar para o paciente como um todo. Deve-se buscar por sintomas como menstruações irregulares, atrasos menstruais, sangramento menstrual anormal, ciclos anovulatórios, cólicas e outros sintomas. Considero importante, no meu consultório, pesquisar valores de LH e FSH quando o TSH do meu paciente está dentro da faixa da normalidade, porém quando mesmo assim vejo muitos indícios sugestivos de hipotireoidismo.

O Papel do T3

A maioria das pessoas que faz tratamento de reposição de hormônio da tireoide, suplementa apenas o T4 (como é o caso, por exemplo, dos famosos Synthroid, Levoid, Puran T4, que nada mais são que modalidades farmacêuticas sintéticas de T4). Acontece que a forma mais ativa de hormônio da tireoide é o T3 Livre (abreviado T3L). Esse “livre” quer dizer que ele não se encontra ligado a nenhum elemento que impeça sua ação. Cerca de um quarto do T4 se transforma em T3. Tanto o T3 quanto o T4 existem na modalidade Livre e ligada a outros elementos. Menos de 1% do T3 total, encontra-se na forma livre.

Para converter o T4 em T3, o organismo requer um mineral essencial chamado selênio. Por isso, quem toma T4 precisa de uma suplementação garantida de selênio, para que possa fabricar o tão necessário T3. Mais uma vez, uma alimentação adequada é fundamental para o sucesso do tratamento (aliás, meu livro fala justamente sobre isso. Clique aqui para comprar). Em certos casos, pode-se fazer uma suplementação de selênio via oral. Em outros casos, alguns médicos suplementam, diretamente, pequenas doses de T3 em conjunto com a suplementação de T4.

Resumindo: você pode ter feito exames rotineiros de TSH e T4 livre e esses exames podem estar dentro dos limites da normalidade, porém mesmo assim você pode sofrer de hipotireoidismo, e muito de suas dores de cabeça e enxaqueca pode ser devido a essa insuficiência tireoideana, ainda que indetectável nos exames mais rotineiros.

O que posso examinar, como médico, para verificar possibilidade de hipotireoidismo

  • Palpar o pescoço.
  • Escutar a tireoide com estetoscópio.
  • Examinar reflexos
  • Verificar frequência cardíaca e pressão arterial
  • Peso
  • Temperatura
  • Exame externo (observação) da face
  • Exame externo (observação) dos olhos
  • Exame externo (observação) dos cabelos.
  • Exame da pele.
  • Exame das unhas.
  • e principalmente: Considerar as queixas, sintomas e manifestações clínicas.

Que exames posso pedir para meus pacientes para verificar possibilidade de hipotireoidismo

Sangue:

  • T3 total (triiodotironina total)
  • T3 livre (triiodotironina livre)
  • T4 total (tetraiodotironina total)
  • T4 livre (tetraiodotironina livre)
  • TSH (hormônio tireoestimulante
  • Anticorpos Antitireoglobulina
  • Anticorpos Antiperoxidase Tireoideana
  • Anticorpos Antirreceptores Tireoideanos (TRAb)

Imagem:

  • Ultrassonografia da tireoide com doppler colorido

Qualquer clínico-geral pode avaliar o paciente com suspeita de hipotireoidismo através destes procedimentos. Quando corretamente interpretados, à luz dos sintomas que o paciente relata, podem confirmar ou excluir o diagnóstico de hipotireoidismo.

Caso exista hipotireoidismo, é muito provável que, com o tratamento adequado, suas dores de cabeça e enxaqueca diminuam muito.

Como Detectar, em Casa, um Sinal Importante de Hipotireoidismo

Aprenda, no vídeo abaixo, um método caseiro e confiável para detectar, com alto grau de probabilidade, um sinal de que seu metabolismo está lento. Deve ser utilizado quando existe suspeita de hipotireoidismo.


Muito Além dos Remédios: Assim como qualquer outra doença, o hipotireoidismo também é influenciado, e muito, por hábitos e estilo de vida. Se você descobrir que tem hipotireoidismo, não se torne dependente apenas dos remédios, suplementos e tratamentos externos. Faça a sua parte. Faça a sua lição de casa. Comece por visitar a seguinte página, onde reúno links para artigos que escrevi, especificamente, sobre  a relação entre enxaqueca e tireoide.

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Tópico: A Enxaqueca/ Desencadeantes

Sobre o Autor - Dr. Alexandre Feldman

Médico clínico-geral (CRM-SP 59046), autor de vários livros sobre enxaqueca, criador e responsável pelo site Enxaqueca.com.br (onde você se encontra neste momento), palestrante, criador do termo "Medicina do Estilo de Vida", para designar a vertente da medicina que prioriza mudanças de hábito e estilo de vida para a prevenção e recuperação de doenças. Tem consultório em São Paulo, cidade onde mora com sua esposa, a culinarista Pat Feldman e dois filhos.

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